segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A IMPRENSA AO CONTRÁRIO


Uma mulher aparece num determinado noticiário da TV com uma barriga gigante, dizendo que está grávida de quadrigêmeos. O fato logo é compartilhado pela grande mídia. Uma matéria na Rede Globo, outra na Bandeirantes, programa especial na Record, matéria na Folha SP. Enfim chega a todos uma noticia “vendida” pelos grandes Canais de Comunicação, gerando audiência, venda de jornais e todas as emoções e comentários que um caso como esse gera. Porém, para surpresa de todos, com a mesma rapidez que se plantou a noticia, aparece a suspeita de que a gravidez é falsa. A mulher enganou a todos. De quem é a culpa? Quem enganou quem?
Esse caso só retrata um pouco a falta de cuidado que há na imprensa em geral. Não se pesquisa antes de publicar? Simplesmente vendem um produto sem saber a sua origem?
Quantas vezes o jornal de esporte o Lance colocou em letras garrafais em sua primeira página, que um famoso jogador está sendo contratado por determinado time. O leitor compra o jornal, e ao ler a matéria, que em muitas vezes é uma nota pequena, descobre que surgiu um boato de que tal jogador pode ser contratado. O que na realidade quase nunca acontece. O engraçado, é que essas noticias surgem em dias de pouco assunto. Ou seja, é o famoso engana trouxa. Essa pratica não é exclusiva do Lance, e sim comum em qualquer meio de comunicação.
Outro caso que chamou a atenção. Uma batida de transito, uma mulher grávida morre. A noticia? “Motorista embriagado, mata mulher grávida de oito meses”. Encontraram bebida no carro do suposto assassino, e descobriram que ele é reincidente. O “culpado” foi preso, execrado pela TV, pelos jornais, sites e a população acreditando nas informações levada pela mídia, encontra um novo monstro. Porém, ao analisar as câmeras da CET, descobre-se que o grande culpado pelo acidente foi o marido da grávida, que dirigia sem prudência nenhuma e ultrapassou de forma irresponsável o sinal vermelho. E se não aparecessem às imagens das câmeras?
O pior desses fatos, é que a contraprova não tem o mesmo peso da versão original. Simplesmente somem em poucos dias com outra noticia plantada. Não há retratação pela não compra do jogador, nem pela noticia mal dissimulada, nem para os ouvintes, leitores e telespectadores ou envolvidos.
Será que não há um órgão responsável para analisar, fiscalizar, orientar ou punir essas noticias mal noticiadas. Se há não está trabalhando de forma correta.
Uma apresentadora da Rede Record, por exemplo, disse que se realmente a gravidez for uma farsa, a mulher deveria ser punida, porém, ao saber do repórter criminal que não há punição para esse tipo de situação, sugeriu que se mude a Constituição. Ora, sugiro que se cumpra a Constituição. Que a imprensa tenha o dever de informar o que é verdade. Que pesquise, antes de apresentar a sociedade, estórias sem ponto final. Ou que pelo menos tenham a coragem de admitir que erraram ao informar uma inverdade.  
A imprensa em geral, tem que se informar melhor antes de virar refém da sua tão bradada liberdade.

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