sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eduardo Dias - Simples e sem cenario

Minha amizade com Eduardo Dias começou de forma estranha, pois foi através de uma criítica feroz que lhe enviei através de um email revoltado por ele não ter publicado uma matéria sobre um acontecimento trágico e importante pra cultura de nossa cidade. Foi feroz mesmo, palavras fortes, e pra ser sincero pensei que ele nem me daria resposta. Porém, ele repondeu. Fez uma méaculpa, justificou e eu entendi. Nasceu ali, uma admiração e um respeito que depois de um tempo fui entender. Não sabia quem era ele, seu semblante me era desconhecido. Mero acaso. Um dia, esse mesmo Eduardo foi ao Teatro Municipal assistir o Grava Semente. Quando acabou a apresentação ele veio em nosso camarim para nos conhecer. Estava maravilhado com as nossas musicas, nos elogiou e levou o nosso set. No outro final de semana publicou uma matéria tão linda, colocando palavras tão sinceras e especificas sobre nossas letras que nós mesmos ficamos espantados, pois sabiamos que queriamos expressar justamente aquilo que ele escreveu e nós mesmos não sabiamos descrever. Até hoje guardo essa matéria.
Quando formamos o AllSapão, conversei com ele via email e perguntei sobre essa nova proposta que queriamos apresentar e ele foi direto e reto no assunto, "tudo que é arte vale a pena... segue a linha de seus pensamentos"... seguimos, e logo em nosso primeiro show, ele nos lançou no jornal com uma matéria bacana, que não vamos esquecer jamais.
Ainda na época do Grava Semente, o encontrei antes de um de show na Escola de Artes. Ali pude ver o seu semblante, e batemos um gostoso papo de meia hora. Conversa de botequim. Musica, cenários culturais, projetos, enfim... Mas o que mais me marcou foi descobrir ali que ele era meu vizinho. Ele era o cara que eu via vez ou outra de pijama na rua, indo buscar o jornal na banca, com a cara ainda amassada pelo sono e com passos curtos e rapidos subindo a ladeira no seu rumo. Por coincidência, a última vez que lhe vi foi assim. Desse jeito, simples e sem cenário.
Essa semana ele se foi. Fiquei triste, e não podia deixar de lhe dedicar algumas linhas. É o mínimo....
Obrigado Eduardo Dias, por tudo que você fez pelo Grava Semente e pelo AllSapão. Você vai deixar muitas saudades...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os alagamentos de janeiro

Mais um janeiro, mais tempestade, e novamente o mesmo cenário em Osasco. Novamente também, começam a questionar os governos, os gastos com as prevenções de enchentes, e tudo mais. Pois vou fazer aqui o papel de advogado do diabo. Será que já não passou da hora de cada um olhar pro seu rabo. Você joga lixo pela janela do carro? Você coloca o lixo na rua um dia antes do lixeiro passar para o cachorro rasgar e espalhar tudo? Você joga entulho em terreno baldio? Você faz a sua parte? Esse papo de culpar os outros é somente pra desviar a sua culpa. Se onde você mora é zona de risco, o que você faz ai? Que a prefeitura deveria retirar todos os moradores dessas regiões e envia-las para conjuntos habitacionais, isso é verdade. Porém, também é verdade que varias famílias não querem desocupar uma área que é irregular e que em muitos casos foi invadida. Principalmente as áreas que beiram os córregos. Se chover forte, o primeiro lugar que vai alagar é ali. Po, então porque morar num lugar que vai alagar. O povo tem mania de fazer o papel de vítima. Porém em muitas catastrofes nós também temos uma parcela de culpa. Com a natureza não se brinca.

INSS, culpa dos médicos ou do governo?

Durante todo o impasse que vivi ano passado com relação ao INSS, pude colher várias opiniões e tirei a seguinte conclusão. Existe um culpado nessa história, a classe médica. Porém, não dá para execrar somente os médicos, pois parece claro que o sistema que rege os atendimentos está completamente errado. Por exemplo, porque os médicos atendem somente 18 pacientes por dia? O governo deveria rever essa situação, pois é muito pouco para o número de pacientes. Por esse motivo, que há uma demora desumana. Outra coisa que queria relatar é a falta de comprometimento social de alguns médicos da Previdência. Visitei varios postos e pude ver uma falta de educação absurda, cara feia, despreparo, não cumprem o horário das pericias, remarcam as perícias por motivos fúteis, não olham o paciente como um cidadão. Um exemplo, uma mulher gravida teve sua pericia remarcada por falta de sistema, porém ganhou o bebê antes do retorno. Foi com o recém nascido ao posto. O bebe estava somente com 2 dias de vida. Ela ficou aguardando o atendimento junto com outras pessoas debilitadas, colocando a saude de seu bebê em risco. Avisaram o médico da situação e ele simplesmente não quis atendê-la, porque ja tinha feito as suas 18 consultas diárias. Esse é o médico da Previdencia. Ou será o monstro? Por sorte, ainda há seres humanos nesse meio e a mulher conseguiu atendimento em outro periodo, graças a sensibilidade do pessoal do Posto e a de um médico de bom coração que aceitou atendê-la.
Pelo que sei, nenhum médico é obrigado a entrar na Previdencia. Eles estão ali para prestar atendimento a população. Se bem ou mal, recebem para isso. Se acham que o valor que recebem é pouco, saiam e abram espaço para outros médicos. Vão procurar outro caminho. E o governo deveria selecionar melhor esses médicos, pois parecem obrigados por estar ali. E o conselho médico deveria fiscalizar essas situações, pois alguns "doutores" não estão cumprindo com o seu juramento.
Se você conhece algum caso referente ao INSS me envie no osasqueando@ig.com.br. Obrigado,